domingo, 16 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Há dias e dias

Há dias tão grandes que parecem um mês inteiro.
Há dias que passam num abrir e fechar de olhos.
Há dias para esquecer. Há dias para lembrar.
Há dias simples.
Há dias silenciosos, metidos nos seus botões.
Há dias que dão vontade de falar.

Há dias cheios e dias em cheio!
Há dias quase vazios. E dias que mudam as nossas vidas.
Há dias em que só pensamos no futuro. E dias em que temos saudades de quase tudo.

Há dias com grandes manhãs. E dias que se prolongam pela noite dentro.
Há dias ensonados. Enublados como sonhos.
Há dias reais. Dias irreais. E dias surreais.

Há dias cheios de amigos. E outros mais sozinhos.
Há dias em que perdemos a chave.
Há dias em que perdemos a esperança.

Há dias em que as coisas andam para trás. E dias em que o mundo anda para a frente.
Há dias em que precisamos de um café. E dias em que precisamos de um abraço.

Há dias coloridos. E dias a preto e branco.
Há dias que já lá vão. E dias que nunca mais chegam.
Há dias em que perdemos a cabeça.
Há dias em que começamos tudo do princípio.
Há dias em que fazemos asneiras.
Há dias em que não temos maneiras.

Há dias trágicos. E dias em que fazemos um amigo.
Há dias em que cruzamos os braços. E dias em que arregaçamos as mangas.
Há dias em que temos vontade de partir. Dias em que temos vontade de voltar.
Há dias que deviam durar para sempre. E dias que deviam desaparecer do calendário.

Há dias e dias. E dias que não são dias....



Adaptação de Isabel Minhós Martins


Um abraço fechado